A mordida no bolso do brasileiro

17/09/2014 17:04
 
 
Por Sucena Shkrada Resk 
 
Nós, consumidores, ganhamos o direito de saber quanto pagamos de impostos (carga tributária) em cada compra que fazemos, não faz muito tempo, desde junho deste ano. Acredito que poucos prestam atenção e acabam deixando passar batida esta informação, que deve constar na nota fiscal, não é? Em uma compra que fiz, neste mês, de gêneros alimentícios e produtos de higiene, com valor total de R$ 18,33, por exemplo, os tributos embutidos foram de R$ 4,43 (24,17%). Em outra bem menor, de R$6,28, pasmem! A carga tributária foi de R$ 2,12 ou 33,79%. É aí que começamos a perceber que dependendo do produto, há oscilações substanciais de percentuais. 
 
Diante dessa 'mordida' considerável em nosso bolso e na dedicação de nosso tempo de vida, refletir não faz mal a ninguém, não é? No último dia 11, lá estava eu no centro antigo de São Paulo, e registrei a imagem do painel do Impostômetro, projeto coordenado há um bom tempo pela Associação Comercial de São Paulo, que revela quanto nós, brasileiros, pagamos de impostos. O valor astronômico (só deste ano) cresce vertiginosamente em tempo real, na casa dos trilhões. Na cifra, está embutido praticamente tudo que circula na economia, desde o item mais ínfimo que possamos imaginar. É até difícil acompanhar os números, que poderiam ser menores principalmente para itens essenciais para alimentação e ter um destino transparente, que todos os cidadãos tomassem ciência da utilização de cada centavo.
 
Por curiosidade, fiz o cálculo disponível no site do Impostômetro de quantos dias tenho de trabalhar para pagar impostos. O resultado foi o seguinte: 149 dias/anualmente e 26 anos para este fim, ao longo de uma vida com expectativa de 72 anos. O resultado é, no mínimo, assustador, pois reflete o pouco esforço dos legisladores e do poder público para fazer uma reforma tributária até hoje. Em ano de Eleições, esta é uma boa pauta a aprofundar. E você, já fez a sua conta? Depois me conte. 

*Blog Cidadãos do Mundo - jornalista Sucena Shkrada Resk
(seção #Crônicadavidaurbana) 

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